Este homem é meu

É isso que penso quando o vejo. Porém, com ele não vou casar, ter filhos ou insinuar minha língua como se o quisesse do outro lado da cama. Isto dedico a outro. Apesar disso, este homem é meu e o quero ao meu lado sempre. Aviso-lhes: Não é desejo carnal ou celestial. É existencial e basta.
Não tenho receio de abraçá-lo, beijá-lo ou lhe dedicar toda a minha atenção quando as peripécias de Murphy insistem em achá-lo no meio do caminho. Não com este homem que é meu. Com ele, me sinto parte de um mundo alheio a estas miniaturas de pessoas de cá.
Há anos este homem é meu e quero me iludir que ele é só meu e assim seguirá até quanto não houver mais ar em nossos pulmões. Se houver reencarnação, lá estaremos nós novamente, cheios de veneno e bondade para distribuir como se nada mais houvesse.

Passam carnavais, passam natais, passam amigos, passam férias, passam frustrações, mas este homem que é meu sempre estará lá. Este nunca passa. Não quero que passe, afinal, como já diria a nossa sábia particular, “meu amor se você for embora, sabe lá o que será de mim”.
Com este homem que é meu, eu nunca troquei nenhuma palavra torta. Nunca brigamos. Só saímos, deixamos os mortais de lado e nos concentramos nas luzes frenéticas da boate mais badalada. Com quem mais eu dançaria Lady Gaga cantando, rebolando até o chão e não teria nem um fio de cabelo sequer de vergonha? Só com este homem que é meu.

Aliás, com ele não tenho pudor algum. Tristezas, alegrias, frustrações, sexo, casamento, filhos, amor, música, maldade, look, política, carros, homens, mulheres, crianças, preto, branco, pobre, rico, feio, demoníaco, bonito. Tudo faz parte da nossa pauta diária de insanidades bucais.
Este homem é tão meu que me perco dentro dele e o trago para dentro de mim também. Nossos desejos são os mesmos, enfrentamos os mesmos empecilhos, tivemos as mesmas vivências, temos asco das mesmas coisas, falamos usando os mesmos termos e até provocamos as mesmas sensações nos outros seres.
Apesar de ser meu e eu cuidar com todo o afinco da face da terra, este homem que é meu tem também seus defeitos. Eu sei disso. Não sei quais, mas deve ter. O que sei é que é lindo e dói até meus cílios ao pensar que um dia posso perdê-lo de alguma forma.

Por essas e por outras que todos os dias ao vê-lo logo de manhã, lhe dou um beijo e um abraço. Afinal, não é todo mundo que tem um homem para si e muito menos um homem como este. É por isso que sempre que tenho oportunidade digo que o amo, que o ajudarei no que for, quando for e da forma que for.

Aproveito esta ocasião, e digo agora: Jock, eu amo você. Sua amizade é mais que querida. É necessária para nós dois. Este mês completamos três anos de amizade. E que mais três anos, mais três décadas, mais três séculos venham. E que tudo mais venha. Nossa maré está sempre cheia. Você é meu, sabia?_______________
Thamirys D'Eça

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Eu sou legal, mas não pareço!?

“Você é legal, Thami, mas não parecia ser”. Quantas vezes não já ouvi isso? Inúmeras. Ai, inúmeras. Não sei o que é. Por que de cara muita gente não gosta de mim? Sobretudo as mulheres. Meus melhores amigos sempre foram do sexo oposto. Poucas são as moçoilas que se atreveram a se aproximar um pouco mais desta que vos escreve.
Já fiquei várias vezes com meus botões a imaginar qual o motivo disso acontecer. Perguntei para vários indivíduos e as repostas são semelhantes: “Pareceu ser ‘paty’”, “Pensei que fosse metida”, “Sei lá, tu aparenta ser fresca”, “Tu tem cara que é ‘cu doce’”, “É que achei que você fosse do tipo escandalosa” e afins.

De tanto ouvir, comecei a analisar alguns posicionamentos meus. Estes dias tenho pensado muito a respeito, já que ultimamente tenho sabido além do normal de um comentário ou outro que fazem sobre esta que vos escreve.

As benditas palavras, que juntando umas às outras formam um conjunto de baixeza, na grande e esmagadora maioria das vezes são proferidas por bocas donas de mentes que simplesmente não me conhecem o suficiente para falar qualquer coisa que se refira a esta que vos escreve.

Não vejo tais coisas como simples maldade alheia, como alguns íntimos meus acham quando conto-os as estórias. Tenho a impressão que as pessoas pararam de querer conhecer as outras e fixaram uma idéia ligada somente a aparência, estereótipo.
Esta que vos escreve sorri alto mesmo, fala muito, gosta de ir ao shopping, não é fácil e escolhe tudo a dedo, mas isso a faz escandalosa, “paty”, “cu doce”, fresca ou metida? Não. Ela não faz só isso. Não faz isso todo o tempo.
Esta que vos escreve alerta: Na maioria das vezes é mais observadora do que uma tagarela incontrolável. As más línguas dizem que é fria e calculista, até. Vai pouco ao shopping e quando vai, geralmente é só para conversar e comer em um canto ou ir ao cinema. E outros exemplos mais.

Outro dia mesmo passei pela mesma situação. Um cidadão do jornal em que trabalho disse: “Eu não ia me aproximar de ti porque pensei que tu fosse uma ‘paty’ fresca. Só te conheci de verdade aquele dia em que nos encontramos no carnaval. Hoje em dia eu gosto de ti. Tu é minha amiga, pô. Considero pra porra tu e teu namorado. Vamos sair na sexta?”. Claro que até hoje ele me chama de ‘paty’ e fresca, mas esta que vos escreve releva quase sempre!?
Como uma velha amiga dizia: “Thami, você é SV” (Socialmente Viável). E assim vamos seguindo. Uns sem me conhecer e falando bizarrices, outros me conhecendo e fazendo o mesmo – afinal, existem os seres humanos que simplesmente não gostam de mim “de jeito maneira”, como diria vovó - e outros conhecendo e mudando totalmente de opinião. Em todo o caso, esta que vos escreve aceita críticas, sugestões e, pasmem, até aproximações.
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Thamirys D'Eça

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