Lentes leigas em Alcântara

As imagens abaixos foram feitas por mim em viagem à Alcântara no início do mês. Era para eu ter dado uma "tratada" nelas, mas a preguiça não deixou. Câmera fuleragem, mas a intenção é boa, viu!? 
Fui para o local para cobrir os últimos dias da Festa do Divino Espírito Santo como repórter do jornal O Estado do Maranhão. Vejam, então, breves registros da pacata cidadezinha maranhense, da manifestação folclórica mais popular do lugar e de baboseiras pessoais.
Mastro do Imperador

Saindo de São Luís a "ferry" e fogo

Ruína na Praça da Matriz


Ruína na Praça da Matriz; Cruz ao fundo

Detalhe de ruína na Praça da Matriz

A "passagem" humana pelas ruínas

Mastro do Imperador na Praça da Matriz

Ruína na Praça da Matriz
Anúncio da Festa do Divino

A provinciana Alcântara

São Luís vista de ruela em Alcântara
 
Catita, a cadela que acompanha chegada de turistas, tomando uma gelada
Cortejo no Domingo de Pentecostes

Cortejo segue para a Igreja Nossa Senhora do Carmo

Cruz no alto da Igreja de Nossa Senhora do Carmo

Membro da corte imperial
Membro da corte imperial

Cruz sinaliza início da procissão

Bonecas à venda no largo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição

Luminária no largo da Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Fitas da Festa do Divino

Além mar

A malemolência nas ruínas alcantarenses
TV nada. Acho que sombra é que engorda
Senhor no largo da Igreja Nossa Senhora do Carmo
Perna, bolsa, fitas e Heineken
Minha pulseira "temática"
Bandeireiras em cortejo
Caixa; caixeira
Bandeiras do Divino
 
Pés cansados das velhas caixeiras

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Thamirys D'Eça

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Cadela acompanha chegada de turistas nas ruas de Alcântara

Catita nas ruelas de Alcântara. Foto: Douglas Júnior

Thamirys D´Eça
Enviada Especial

No início da manhã, ela está a postos no Porto do Jacaré, em Alcântara, à espera dos visitantes. Fica à beira-mar e alegra-se ao observar no horizonte a chegada dos barcos. Ao visualizar as figuras estranhas ao seu cotidiano desembarcando em sua cidade, a cadela Catita se aproxima e escolhe um grupo para acompanhar pelas ruelas de pedra. Quem está chegando acha a atitude normal, mas quem é morador do local sabe que foi dado início a mais um “ritual”.
A cadela é muito querida em Alcântara. Alguns a chamam de Catita, mas a maioria a conhece como “a cachorra que acompanha os turistas”. Com aproximadamente 5 anos, conforme se estima no município, Catita mora na rua e para sobreviver depende dos petiscos que ganha.
Por ser muito dócil, é fácil se cativar com seu olhar sereno e dar o resto do bife - sua comida preferida - para vê-la abanar o rabinho.
Segundo Maria do Socorro Macedo, a Batissá, que mora, tem um restaurante e uma pousada na Ladeira do Jacaré - via que dá acesso ao porto -, Catita herdou da mãe, Sâmia, o hábito de acompanhar os turistas na chegada à Alcântara.
“A mãe dela já morreu, mas a filha continuou fazendo o que ela fazia. Quando Sâmia ainda era viva, iam as duas e ela aprendeu”, contou a empresária.
Batissá disse, ainda, que Catita e a mãe pertenciam a uma idosa conhecida por Gregrória, mas após Sâmia falecer, há pouco mais de três anos, a família mudou-se, deixando Catita desamparada. “Quem cria ela somos todos nós. Não deixamos ficar doente. Damos comida. Quem mora por aqui sempre ajuda. Ela é uma cadelinha especial”, afirmou Batissá.
A moradora disse que a esperteza de Catita não é evidente apenas por acompanhar os visitantes. Quando ela fica saciada com os vários quitutes que ganhou durante o dia, os expele para poder comer mais.
“Como Catita acompanha mais de um grupo de turistas e nós ainda damos comida a ela, para não desperdiçar, vomita, que é para poder ter espaço na barriga para comer mais”, explicou Batissá.
Companhia - Outro morador, Adilson Viégas Costa, o Cabeludo, dono de um bar na Praça da Matriz, recebe constantemente a visita de Catita. “Ela sai acompanhando os turistas até onde se hospedarão. Se vão passear, ela vai atrás, mas muitas vezes eles vêm para cá para o bar beber, e ela fica deitadinha esperando eles terminarem, para seguir o mesmo rumo. Quando não tem mais turista chegando ao porto, ela fica rodando a cidade e fica perto de quem não é daqui”, relatou.
A artesã Doralice Santos (Dona Dora), que considera Catita mascote da cidade, disse que para todos os turistas que visitam sua loja, na Ladeira do Jacaré, conta sobre a história da cadela. “As pessoas acham engraçado, gostam. A maioria quando sabe faz carinhos e dá comida e ela”, disse.
Catita acompanha equipe de O Estado. Foto: Douglas Júnior
Nem mesmo a equipe de O Estado escapou aos olhos da cadelinha, que a acompanhou do Porto do Jacaré até a Praça da Matriz. Aos outros visitantes o hábito de Catita também despertou curiosidade.
“Achei muito interessante ela fazer isso. É uma cachorra muito esperta. Percebi que ela estava nos seguindo, mas só depois soube que ela faz isso com quem é de fora da cidade”, observou Fernanda Corrêa, que saiu de São Luís com o namorado para conhecer Alcântara e teve a companhia de Catita durante todo o período do almoço.
Outro que se surpreendeu com a história de Catita foi o turista paraense George Victor de Moraes. Ele foi com esposa e filhos para Alcântara e também recebeu atenção da cadela.
“Minha esposa é daqui e já sabia da história, mas eu e nossas filhas não. Quando elas viram que a cadelinha nos escolheu para seguir elas ficaram muito empolgadas”, destacou o turista.
Matéria publicada na edição do dia 18 de junho de 2011 do jornal O Estado do Maranhão.

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Conheça a Miss Maranhão 2011

A estudante de Jornalismo e modelo Nayanne Ferres é oficialmente a nova representante da beleza e do carisma maranhenses. Ela foi eleita em concurso realizado sábado no Teatro Zenira Fiquene, da Faculdade Atenas Maranhense (Fama), no Turu. Com 19 anos e 1,80m, ela desbancou outras 17 candidatas que disputavam a coroa e faixa do Miss Maranhão 2011.  A vencedora representará o estado no Miss Brasil, que acontecerá dia 23 de julho no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Seguem abaixo fotos de Nayanne Ferres durante o concurso Miss Maranhão 2011. As imagens foram feitas por Flora Dolores, repórter fotográfica de O Estado do Maranhão.
Desfile em traje de gala
Desfile em traje casual
Desfile em traje de praia
Aguardando resultado
Recebendo a faixa da Miss 2010
Com Camila Ribeiro, Miss Maranhão 2010
Recebendo a coroa
Mostrando a faixa de Miss Maranhão 2011
Comemorando a vitória com o pais
Com Camila Ribeiro, Miss Maranhão 2010
Nayanne Ferres, Miss Maranhão 2011

Vencedoras do concurso

Miss Maranhão 2011: Nayanne Ferres, acadêmica de Jornalismo, 1,80m, 19 anos
Miss São Luís 2011: Sarah Oliveira, técnica em enfermagem, 1,78m, 19 anos
Miss Beleza 2011: Gisele Souza, assistente odontológica, 1,70 m, 22 anos
Miss Fotogenia 2011: Kimberly Zucatelli, 1,75, 20 anos
Miss Simpatia 2011: Isabela Araújo, acadêmica de Direito, 1,70 m, 23 anos

Perfil

Nome: Nayanne Silva Ferres
Idade: 19 anos
Ocupação: modelo e estudante de Jornalismo
Altura: 1,80m
Busto: 82cm
Cintura: 65cm
Quadril: 86cm
Peso: 60kg

Seguem fotos de divulgação do concurso da nova Miss Maranhão:



E aí? O que vocês acharam da moça?

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A vida de um divino artista

Foto: Douglas Júnior
Thamirys D´Eça
Enviada Especial

Dos 62 anos de vida na quase pacata cidade de Alcântara, 42 foram dedicados à Festa do Divino Espírito Santo. Mestre-sala e responsável pela elaboração dos altares e centros de mesa, Antônio do Livramento Boaes Tavares, o Antônio de Coló, filho de um dos ícones do festejo, o falecido Seu Coló, despertou interesse às lentes do cineasta pernambucano radicado no Maranhão Murilo Santos. As pesquisas e filmagens feitas por ele resultaram no documentário “Divino Artista”, que teve a sua pré-estreia sábado, na cidade natal do protagonista.
O cineasta acompanha o trabalho de Antônio de Coló desde 1973, quando visitou e teve contato pela primeira vez com a Festa do Divino de Alcântara, mas só em 1977 resolveu começar a registrar o trabalho do artista com mais frequência. “Percebi que ele merecia destaque por causa do trabalho. Os altares são um dos maiores símbolos da festa”, ressaltou Murilo Santos.
A elaboração do documentário, porém, só aconteceu em 2008, quando o cineasta foi agraciado com apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma) no valor de R$15 mil. A partir de então, Murilo Santos passou a colher vídeos e fotografias antigas feitos por ele desde a primeira visita à cidade, ainda como membro do Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte). “Quis fazer algo que eu tinha referência anterior. Não faço trabalho como curioso. Primeiro estabeleço proximidade”, disse o cineasta.
A coleta total do material, que incluiu Mini DV, VHS e Full HD, rendeu cerca de 10h de filmagem, cuidadosamente, editadas pelo próprio idealizador desde o início do ano. A proposta inicial era de que o trabalho tivesse 26 minutos, mas por causa do extenso período de gravação e da densa história do protagonista, o tempo de duração passou a ser de 52 minutos.
Trabalho - No filme, Antônio de Coló mostra o processo de elaboração dos altares para o Divino Espírito Santo e dos centros de mesa, desde as primeiras aplicações do material e os trabalhos de mestre-sala, que é o responsável por dar todo tipo de assistência à festa, como de auxiliar a corte nos cortejos. “No documentário, o público poderá entender a Festa do Divino. Será um mergulho na festa do ponto de vista de alguém de dentro, que é o Antônio de Coló”, ressaltou Murilo Santos.
Além do filme, o documentário também traz extras. Em um desses Antônio de Coló, faz um breve resumo de aproximadamente seis minutos do seu trabalho na Festa do Divino nos últimos 10 anos. Em outro, é mostrada uma entrevista com o protagonista e mais um mostrando as etapas de construção de um altar. Em alguns trechos dos extras, Antônio de Coló tece comentários que foram gravados separadamente. “A ideia é que no DVD tenha o filme principal e diversos curtas, que serão utilizados como extras”, detalha o cineasta.
Santos diz que, por causa do teor explicativo do documentário, o trabalho poderá ser utilizado em escolas, cursos e como amostra para turistas que chegam à cidade com pouco conhecimento sobre o assunto. “Muitos já ouviram falar sobre a festa, mas poucos conhecem o significado de cada símbolo. No documentário, isso é explicado”, evidenciou.
Foto: Douglas Júnior
‘Première’ - A intenção é de que o documentário seja lançado em agosto, durante a Semana do Folclore. A pré-estreia, porém, aconteceu sábado, em Alcântara, durante a Festa do Divino Espírito Santo. A exibição foi em baixa resolução, na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em um telão improvisado no local. A pesar da pré-estreia, o filme ainda não foi totalmente finalizado, restando ainda algumas passagens a serem incluídas.
A apresentação do filme atraiu a curiosidade dos alcantarenses e também de visitantes. A estudante Cláudia Rodrigues disse que gostou de ver os amigos na telona. “Vi várias pessoas conhecidas, foi muito legal e engraçado. Achei que contar a história da festa é bom para as pessoas entenderem”, defendeu.
Para o protagonista do documentário, Antônio de Coló, foi gratificante ter o trabalho reconhecido e exibido. “Achei ótimo. Gostei demais e me senti muito importante. Assisti com familiares e amigos na igreja também pela primeira vez. Fiquei emocionado com tudo”, descreveu, com certa timidez.
Ele disse também que os altares merecem destaque na festa, pois o processo de elaboração é árduo, assim como o de mestre-sala. Para o festejo deste ano, por exemplo, ele fez o altar de dois membros da Corte Imperial, mas houve anos em que ele fez até cinco. “Quando fica pronto, agradeço a Deus por mais uma vitória, por ter vencido todas as dificuldades”, enfatizou Antônio de Coló.
Orgulhoso, ele conta ainda que tem um filho, Weslley Rogério Silva de Sousa, de 18 anos, que exerce o mesmo trabalho e que também participou do “Divino Artista”. “Aprendi a fazer os altares desfazendo-os, quando acabava a festa. Ficava também observando quando o faziam e aprendi. O mesmo está acontecendo com meu filho”, acrescentou de Coló.
Foto: Douglas Júnior

Caixeira do Divino vai ter a vida documentada
A partir do documentário “Divino Artista”, Murilo Santos decidiu aprofundar-se ainda mais nos elementos da Festa do Divino Espírito Santo de Alcântara. Seu foco agora é exibir o trabalho da caixeira Marlene Silva, a Dona Malá, de 68 anos, uma das poucas e mais velhas do festejo do município.
Mesmo sem previsão para o término do registro, o cineasta passou os dias do festejo, que aconteceu de 1º até ontem, em processo intenso de gravação. Nas filmagens, ele utilizou uma câmera Canon 5D em um suporte construído por ele mesmo com restos de materiais de ferro - como de bicicleta - para manuseio do equipamento, que é próprio para fotografia e não para vídeos. Por isso, a câmera não tem sistema de gravação de áudio de boa qualidade. Para superar a barreira, ele acoplou ainda uma base para microfone para captar melhor o som do toque da caixeira.
Segundo Murilo Santos, o trabalho deveria ter sido finalizado ainda o ano passado e o nome também fará referência à caixeira com o termo “Divino”, assim como “Divino Artista”. “A Dona Malá é uma grande conhecedora da Festa do Divino e as caixeiras têm destaque especial no festejo e, por isso, merece o registro”, explicou.
Para a caixeira, o trabalho será bem-vindo, pois vai auxiliar na divulgação da festa e incentivar as pessoas a aprender a arte de tocar caixa. "Tem poucas caixeiras, as pessoas não querem aprender e tenho medo disso acabar", lamentou.
Matéria publicada na edição do dia 14 de junho de 2011 na jornal O Estado do Maranhão.

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