Finalmente, o fim

Primeiro de dezembro. A noite está quente. Deve ser sinal de que o último mês do ano será tão difícil quanto os seus outros onze irmãos, ao contrário do que eu previa. Desta vez eu errei, meus caros. Errei feio, muito feio. Apontei para a maçã cuidadosamente acomodada na cabeça e acertei o pé do voluntário que aceitou subir ao palco para eu fazer minhas demonstrações de talento pueril.
Finalmente chegamos ao fim dos dias, mas dezembro é um mês atroz. Ele nos ruma ao fim, mas não nos traz o final. As mesmas pessoas irão continuar nos mesmo lugares com seus mesmos problemas pensando as mesmas coisas e querendo sempre o mesmo. Nada será dissipado. É só ilusão proporcionada por um tal papa Gregório XIII.
Hoje é primeiro de dezembro e desde o início do dia vi que não posso esperar muito dos seus outros trinta dias que estão por vir. Fiz planos e mantive expectativas porque apesar de tudo, eu sempre fui uma enamorada por dezembro, mas parece que mesmo com todo o meu esforço, sempre vai haver algo que não quer se superar.
Apesar de tudo, de mim, de vocês e destas terras abrasadoras de cá, não vou deixar nada no lugar. Afinal, tenho que fazer valer o fim.

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Thamirys D'Eça

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