Vá esfregar na cara de outro!

Os anos passam. Entram e saem presidentes, governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores, mas nada muda. Pior. Só aumenta o volume. A eleição se aproxima e o cenário é o mesmo há vários anos e se repete a cada dois que passam. Coisas que eu, em minha vil compreensão, nunca consegui assimilar.
Não importa o horário, o local, quem esteja presente. Lá estão eles e elas a balançarem, a voar, a serem colados. A cada eleição multiplicam-se como larvas no esterco, como já diria Aluísio de Azevedo em O Cortiço (1890).
Quando os vejo, reitero: Existem coisas que definitivamente não consigo entender. Todos os dias indo, vindo ou durante meus percursos diários, por cada canto que olhe estão presentes. Para mim, é tudo desnecessário, mas aquilo custa milhares de reais.


São bandeiras, outdoors, panfletos e propagandas visuais em geral espalhados nas ruas e avenidas. Digo-lhes: Eu, particularmente, não votaria em um candidato porque vi uma grande quantidade de bandeirolas no retorno do meu bairro. Pelo contrário. Poluição visual me causa raiva. Baderna que atrapalha o trânsito me causa stress. Santinhos que poluem as vias me causam profundo desgosto.


Os carros de som são os mais repudiáveis. Com eles, porém, aprendo que nunca há limites para o ridículo. Os jingles de campanha conseguem o feito de tornarem ainda mais abomináveis músicas que originalmente já são inaudíveis. Por favor, alguém me dê uma pedra para jogar no carro de som que nas manhãs de domingo invade meu quarto com “Gardênia... nós gostamos de você... Guarde o número pra mim que eu também quero...”.
Quanto a tudo isso, as minhas dúvidas são: A população permanece ainda tão alheia que define seus candidatos por causa do volume de campanha? Há quem defina seu voto porque recebeu um santinho na rua de determinado candidato? Vence aquele que colocar mais carros adesivados nas ruas?


Campanha é sim necessário. Sempre será. A população precisa ver a cara do candidato, mas o importante não são as propostas? Nas bandeirolas alguém já notou promessa de escola, hospital? Onde está o respeito com o eleitor quando se suja as ruas, a cidade se torna um caos, os ouvidos estão atordoador e tudo parece tomar conta de nossas vidas sem sequer ser pedida permissão?

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Thamirys D'Eça

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1 comentários:

Davi Araújo disse...

Será que existe alguém que decide votar em algum candidato por causa de uma foto dele na rua? Nossa, já basta Tv e rádio!
Cuitada das paredes, muros e avenidas. Todo esse lixo é a representação do que é o legislativo e executivo

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