Após Subida do Boi, partilha da carne é feita na Entrega da Esmola

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Thamirys D'Eça
Enviada Especial

Depois da Subida do Boi, que marcou a sexta-feira de comemorações da Festa do Divino Espírito Santo, em Alcântara, sábado foi o dia da entrega da carne dos animais que participaram do ritual. Abatidos ainda durante a madrugada, idosos e pessoas carentes receberam dos membros da corte a doa-ção. O gesto de Entrega das Esmolas é de agradecimento ao Divino e a forma de retribuir a ajuda da população para a realização da festa.
Como parte ainda da Subida do Boi, cada animal retorna para a casa do "festeiro" - membro da Corte do Divino - que o cedeu para o ritual. Em seguida, o bicho é levado para o matadouro ou permanece na residência, onde aguarda até a madrugada para ser morto. A espera é para que a carne não continue enrijecida por causa da correria pelas ladeiras, que caracteriza a Subida.
Por volta das 4h de sábado, os bois começaram a ser mortos e ainda no início da manhã a carne que estava no matadouro foi enviada para a residência dos "festeiros". Às 8h, a mobilização nas casas dos membros da corte era grande para repartir as fatias e organizar as cestas básicas, que também fazem parte da Entrega das Esmolas.
O partilha da carne é parte importante do ritual. Vários homens se mobilizam para tirar as partes que não devem ser consumidas e dividir os pedaços. Para isso, a primeira etapa acontece ainda no chão coberto de plástico, madeira ou folhas de bananeira, com ajuda de um machado para serem tirados os ossos. Em seguida é amarrada uma corda no teto para pendurar a carne para ser cortada.
Doação - Cada festeiro é o responsável por escolher previamente quem receberá a doação em sua casa. Na Casa do Divino, onde o imperador mora durante o período da festa, 33 pessoas entre idosos e pessoas carentes foram escolhidas. "Quando vamos, no início, pedir ajuda para o povo para realizarmos a Festa do Divino, percebemos as pessoas que necessitam de ajuda e já fazemos a lista. Quando chega o momento da Entrega das Esmolas, elas recebem. É uma maneira de ajudar", explicou José Maria Pinheiro, o imperador, que distribuiu 293 kg de carne.
Para Luís Augusto Silva, o mordomo-régio, a Entrega das Esmolas é a retribuição pela ajuda do Divino. "Tudo que colhemos, estamos agora devolvendo ao santo", contou. Ele distribuiu 377 kg de carne para 23 pessoas.
Matéria publicada na edição do dia 13 de junho de 2011 no jornal O Estado do Maranhão.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Thamirys, gosto de ler teus textos. Acho-os interessantes. Mas, a forma como foi editado em O Estado não dá para entendê-lo. Ficou sem coerência, "Após subida do boi, partilha carne é feita na entrega da esmola" Tu conheces todo o teor da história da festa: A origem, pequenos detalhes, fatos,dados, enfim, porém, quem está lendo-o, não, aí, é entra a falta de coerência. Deveria haver mais esclarecimentos, detalhes esclarecedores, como, o que é "subida do boi?". Para que o leitor já entre no texto entendendo o teor na narrativa. Tomara que tu tenhas me entendido.
Obrigada.

Thamirys D'Eça disse...

Eu concordo com você. O que aconteceu com essa reportagem foi o seguinte: Era para ela ter sido publicada na edição de domingo do jornal. A da Subida do Boi saiu do sábado, essa sairia no dia seguinte e a outra, do cortejo de encerramento, seria reportagem da edição de segunda. Porém, na página de domingo não houve espaço para publicação e a matéria teve que dividir página, no dia seguinte, com a reportagem do encerramento. Por causa desse pouco espaço, grande parte da matéria e das peças explicativas que fiz não sairam e ficou desse jeito aí que você está vendo. Nem foto da Entrega de ESmolas saiu, apesar do fotógrafo ter feio inúmeros registros.
Quando ao título, não sou eu que o faço.
Agradeço pelos elogios e críticas.

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