A Copa do Mundo por quem não entende

Não sou conhecedora de futebol. Sei o que é um impedimento, mas na maioria das vezes não consigo identificá-lo. Sei o nome de vários jogadores, mas não sei em que time jogam. Sei bem o nome dos times, mas não sei de que estado ou países são. O que sei é que a Copa do Mundo da África do Sul não passou de um azar.
Muitos jogos empatados, poucos gols, eliminações que tiraram a graça da competição. Que furor tem se a última campeã do mundo - a Itália - saiu ainda na primeira fase? E a adversária que o Brasil nunca deu a revanche - a França - ter sido eliminada após uma campanha desastrosa? Qual empolgação se o maior campeão em copa – o Brasil – não passa nem pelas quartas?
Digam-me o que dá tesão se os craques não fazem gol? Se Kaká só corre? De que adianta se o Messi faz grandes dribles se não chuta para balançar a rede? Tá, o Cristiano Ronaldo fez gol, mas não goleou como todos esperavam. O Robinho pedalou?
Que copa é essa sem o Ballack, sem o Beckham, sem o Zidane? Que copa é essa onde o técnico – o Maradona – atrai atenção mais que o próprio time? Que copa é essa com Espanha e Holanda na final? Que copa é essa que um polvo é exaltado? Que copa é essa que no lugar dos fenomenais gols que arrancam os gritos da platéia só se ouvem vuvuzelas? Que copa é essa em que os passes errados eram justificados pela bola – a Jabulani – e bem aceitos?
Esta copa do mundo teve grandes figuras, mas não reconhecidas por grandes feitos. Foi a copa da merda do Felipe Melo, da “zica” do Mick Jagger, das promessas não cumpridas do Maradona e da Larissa Riquelme. A copa em que o Brasil seguiu a modinha de “CALA BOCA GALVAO”, mas sem deixar de assistir aos jogos na Globo.
Depois da saída do Brasil, onde seria natural que os ânimos esfriassem pelas bandas tupiniquins, restavam ainda a Argentina, a Alemanha. Eliminadas, sendo que a Alemanha beliscou o terceiro lugar, mas sem muito glamour. Todos apostando nos times sul-americanos e o Paraguai e Uruguai não seguiram o rumo. Eliminados.
Na final da copa, entre Espanha e Holanda, um jogo sem muitos chutes a gol, sem muitos lances que encantam o torcedor. Um final morno. Não te refresca nem te queima a língua. Uma final inédita, mas que parecia que não deveria ter acontecido, que não era a hora nem o lugar.
A Copa do Mundo acabou. A Holanda mais uma vez ficou com o vice-campeonato. A Espanha foi campeã. Ela que nunca sequer chegou a uma final, que foi o time com a defesa menos vazada, mas com menor saldo de gols da história, o que a torna o time campeão com pior ataque. Ganhou o time que perdeu na estréia, que é conhecido pelo futebol ofensivo, mas que não o apresentou na copa.
Sabe quando te surge aquele gosto de insatisfação? A prova de que foi uma final de copa sem intenção de ser, foi a eleição do Bola de Ouro, faturado pelo uruguaio Diego Forlán, e a Chuteira de Ouro, titulo dado ao alemão Müller. Nada de espanhol ou holandês na lista. E assim foi a copa do mundo 2010. Sem atrativos. Foi a copa do azar.

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Thamirys D'Eça

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2 comentários:

Stephannie Lee disse...

Esse azar estava desenhado desde a convocação. Nosso mal humorado ex-técnico não acertou uma dentro e fora de campo. Nããão! Minto. Alex Escobar ser xingado por ele foi impagável, hein?!

Bom, só sei que a copa perdeu seu glamour. Aliás, desde que começaram a pagar milhões à jogadinhas mequetrefes, tudo perdeu o sentido. Maldito futebol europeu que mediocriza a camisa, os dribles e arranca pelo bolso os talentos mundiais da bola.

E não podia levar outro nome, é maldito mesmo, só conferir a qualidade do futebol dos grandes caras quando competiam em clubes de seus países e quando pularam para a Europa.

O que me consola é meu Palmeiras para livrar a cabeça do tédio.

Thamirys D'Eça disse...

Os exemplos são inúmeros, de fato.

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